24/10/2009

PIRÂMIDE DE BIRD OU DE ACIDENTES

A cada dia o foco na segurança no trabalho cresce em prioridade nas empresas. Numa sociedade em constante evolução a necessidade de resultados cada vez mais rápidos expõe o trabalhador a novas situações de risco e, sobretudo, altera seu comportamento mental, via aparecimento de tensões e estresse inerentes às atividades que desenvolve. A previsão de acidentes nos modelos clássicos já não é suficiente. Acidentes são precedidos por situações que, se não controladas de forma adequada, preparam o terreno para sua manifestação. São os incidentes (ou “quase acidentes” – ocorrências em que, por algum motivo, não houve perdas materiais ou lesões a pessoas). Com este raciocínio, Frank Bird apresentou um modelo piramidal para representar a evolução dos incidentes para os acidentes com graves danos humanos. Segundo este modelo, incidentes ocorrem num determinado número. Teoricamente, poderia ter havido acidentes em cada um deles. De fato alguns se constituem em acidentes com perdas materiais. Uma quantidade menor gera acidentes com conseqüências humanas leves e um número ainda menor leva a acidentes com danos de maior gravidade em pessoas. Em média, 600 incidentes geram 30 acidentes com perdas materiais e 10 com lesões humanas das quais uma é grave. Esta relação se dá mesmo em empresas com elevada preocupação com a segurança. Estudos mais modernos acrescentam, à base da pirâmide de Bird, um outro nível de ocorrência, anterior e, muitas vezes, causas potenciais dos incidentes. Seriam ações e procedimentos de pessoas, de tal forma relevantes, que poderiam causar incidentes, iniciando o processo de futuros acidentes. Estas ações foram denominadas “comportamentos críticos”.

De fato, pesquisas têm demonstrado que ações tomadas em equipamentos e sistemas reduzem drasticamente o número de acidentes. O índice tende a permanecer num nível relativamente baixo porém inquietante, quando não se atua efetivamente no comportamento dos operadores.
 Nas mais diversas organizações intervenções de prevenção nos componentes ambientais (instalações e equipamentos) têm sido introduzidas, elaborações de rígidos procedimentos de segurança são implementadas, mas o problema com os comportamentos críticos individuais e em grupos permanecem. Palestras motivacionais, apresentadas em eventos específicos (SPATs e afins) têm efeito de pouca duração. Isso porque há comportamentos críticos que permanecem, mesmo após alertas (awareness) e há comportamentos sob comandos inconscientes sobre os quais o alerta só ocorre após sua conseqüência (unawareness). Uma ação gerencial mais efetiva sobre comportamentos se faz necessária.

Ao lado, portanto, das técnicas específicas ao tema, é necessário incorporar aos processos empresariais atividades de relacionamento humano. É um trabalho que exige envolvimento de vários modelos ligados às ciências do comportamento e comunicação, nos campos da antropologia, psicologia e neurofisiologia. A Programação Neurolingüística possui instrumentos bastante efetivos para a redução de comportamentos críticos de risco no trabalho. O projeto de “Aperfeiçoamento Contínuo da Segurança no Trabalho pelos Aspectos Comportamentais” utiliza uma combinação de vários desses instrumentos e resultados significativamente positivos podem ser observados na sua implementação.


Fonte:

6 comentários:

Virgínia_éuq? disse...

salvou meu trabalho do curso de segurança... valkeu!!!

Eliana Pinto disse...

Bom dia!

Eu atuo na área de Prevenção, e gosto de fazer amizades e trocar informações.
Estou seguindo seu blog e gostaria de manter contato para suas atualizações e postagens.
Um forte abraço.
Eliana Pinto TST

Anônimo disse...

Na pirâmide de Bird quando se fala em 'Comportamentos Críticos' a primeira impressão é de que os erros ocorrem apenas por atos inseguro do trabalhador, mas vamos considerar que, uma empresa que não possui procedimentos de segurança, padrões a serem seguidos, avaliação eficaz de risco, programas e planos de treinamento, capacitação e conscientização dos funcionários e principalmente política de gestão de segurança , a falta de tudo isso, acarreta a este ultimo patamar da pirâmide, portanto creio que esta pirâmide necessite de mais um patamar abaixo de Comportamentos Críticos, acrescentando os itens que citei acima.

Anônimo disse...

Colega de Curso

Há algum tempo atrás ouvir comentarios referentes a esate autor e considero a postagem desse tema relevante visto que comprova-se que os comportamentos criticos devem ser atacados pelo alto escalão com urgencia afim de minimizar de forma acentuada o numero de acidentes.
Um abraço!

alberto.ramos@br.abb.com disse...

Olá companheiros,
Sou engenheiro de segurança, e queria dizer que a base da nova piramide é a CULTURA.A partir daí vem o Comportamento e depois sobe até o vértice .

Reinaldo Honorato disse...

Boa noite!

Com fica a questão da pirâmide deFrannk BIRD, frente a descrição de incidente inserida na OHSAS 18001?

Reinaldo Téc. em Segurança
reinaldohparceria@hotmail.com